Novo álbum de Antonio Villeroy se inspira na poesia de Carlos Drummond de Andrade
Com o disco novo praticamente pronto – exceto certa esperada parceria, que se frustrou, da qual sairia o título –, Antonio Villeroy chegou à conclusão de que iria batizá-lo com o próprio nome, José. Para isso, só faltava o principal: compor a faixa para contar a história. “Na verdade, a canção foi feita depois que o CD estava pronto”, revela o cantor e compositor gaúcho.
Como intérprete, Villeroy vem sendo objeto de aposta de algumas emissoras de rádio com a clássica Felicidade, do conterrâneo Lupicínio Rodrigues. A canção está no álbum em que ele assina, sozinho, oito das 12 faixas, incluindo a bônus Gramado suplementar.
Entre as canções que Villeroy acredita ter maior potencial radiofônico estão Recomeço e Um e dois, também de lavra própria. “Ambas estão dentro do espírito da arte final do disco”, justifica o cantor, compositor de grandes sucessos da mineira Ana Carolina. Os dois se tornaram parceiros em Belo Horizonte, na época em que ela fazia shows na noite.
Além de ganhar o nome de batismo de José Antonio Villeroy, o disco é uma referência ao ídolo Carlos Drummond de Andrade, presença marcante na formação do compositor. “E agora, você/ Sua tribo cadê/ Aonde vai seu amor/ O seu tempo chegou/ Você tem a palavra/ O que pensa em dizer/ Agora é você”, dizem os versos de E agora você?, canção-síntese assumidamente inspirada no poeta mineiro.
“A humanidade está exatamente na linha do poema de Drummond: José é homem comum, pode ser tanto o personagem bíblico como o José ghostwriter, o José milionário, o José operário ou o José que está na internet escondido atrás de um codinome. Enfim, esse José é o cara que está na praia, olhando para o mar, esperando ver gaivotas, e encontra umas garrafas PET boiando na água. E agora, José? E agora, você? Que atitude nós temos de tomar?”, afirma o cantor. De acordo com ele, o fio condutor do álbum acaba na pergunta-chave, passando por várias inquietações e maneiras de ver o amor e os relacionamentos. “Há um José que perpassa todo o disco”, resume.